As tendências e desafios do Terceiro Setor no apoio aos jovens

ONGs em Ação
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Foto: Adobe Stock.

Por Wandreza Bayona

O Terceiro Setor desempenha um papel estratégico no desenvolvimento social brasileiro, sobretudo ao abrir portas para jovens em situações de vulnerabilidade que enfrentam barreiras estruturais no o ao mercado de trabalho. Atualmente, quase 10 milhões de jovens no Brasil estão na condição de “nem-nem”, ou seja, nem estudam nem trabalham, segundo dados do IBGE. Esse cenário exige respostas estratégicas para evitar a perpetuação de ciclos de exclusão social. Em um contexto de recuperação econômica e transformação digital, 2025 projeta-se como um ano de desafios e oportunidades, marcados por soluções inovadoras e colaborativas.

As altas taxas de desemprego juvenil e mudanças rápidas nas demandas por habilidades, fazem com que as ONGs apoiem e estabeleçam colaborações estratégicas moldando programas que respondam diretamente às necessidades do mercado de trabalho. Ao oferecer treinamentos práticos e habilidades socioemocionais, essas iniciativas se posicionam como pontes indispensáveis entre jovens e empregadores, ampliando o impacto social enquanto atendem às expectativas de empresas que buscam profissionais qualificados. A seguir, destaco as principais perspectivas para ONGs:

  1. Capacitação como ponte para o mercado de trabalho

A taxa de desemprego entre jovens no Brasil permanece alta, ultraando 22% em algumas regiões. Nesse contexto, programas de capacitação profissional ganham relevância. Parcerias com empresas têm se mostrado essenciais para oferecer formações alinhadas às demandas do mercado, conectando jovens a oportunidades reais.

Além disso, iniciativas que combinam habilidades técnicas e socioemocionais tornam-se imprescindíveis, uma vez que as “soft skills”, como comunicação, resiliência e trabalho em equipe, estão entre as mais valorizadas pelos empregadores.

  1. Uso de tecnologias para ampliar o impacto

A revolução digital continua a transformar a maneira como ONGs alcançam seus beneficiários. Plataformas de aprendizado online oferecem maior escalabilidade e flexibilidade para capacitar jovens, especialmente em localidades remotas.

Uma ferramenta de engajamento em destaque é a doação por meio de notas fiscais. Esse recurso simples permite que a sociedade contribua diretamente para projetos de capacitação, ampliando o impacto sem custos adicionais para o doador.

  1. Parcerias transformadoras com grandes empresas

A colaboração entre ONGs e grandes empresas está se consolidando como um modelo eficaz para o desenvolvimento de programas robustos e sustentáveis. Muitas corporações, ao aderirem a práticas de ESG (ambiental, social e governança), buscam parcerias que gerem impacto social concreto. Isso inclui investimentos em treinamentos, programas de jovem aprendiz e empregabilidade de jovens vulneráveis.

Concluo que o fortalecimento do Terceiro Setor no Brasil está intrinsecamente ligado à capacidade de unir inovação, parcerias estratégicas e um compromisso genuíno com a transformação social. Em 2025, reafirmo o compromisso de valorizar cada jovem como uma semente de mudança, que pode florescer quando lhe são oferecidas as oportunidades certas. Investir em sua capacitação é construir alicerces sólidos para um impacto transformador e duradouro, capaz de ressoar por gerações.

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*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Sobre a autora: Wandreza Bayona é CEO do Ser+, que desde 2014 atua na criação e desenvolvimento de oportunidades para a juventude, formada em Serviço Social pelo Centro Universitário FMU, com especialização em responsabilidade social corporativa e terceiro setor pela universidade FIA (Fundação Instituto de istração) e LDR pela Saint Paul.  Possui mais de 20 anos de experiência na área de Responsabilidade Social Corporativa, com foco em desenvolvimento e implantação de programas de RSC.