Escuta empática: como fortalecer a relação entre escola e família e impactar positivamente o desenvolvimento das crianças

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(Crédito: Freepik)

Em meio aos desafios da vida escolar e das demandas familiares, a comunicação entre educadores e responsáveis muitas vezes se resume a recados breves, bilhetes no caderno e conversas rápidas nos corredores. Neste cenário, a escuta empática surge como uma abordagem fundamental para fortalecer os vínculos entre escola e família e promover um ambiente mais acolhedor e colaborativo para o desenvolvimento das crianças.

Conforme explica Fabiana Santana, assessora pedagógica do programa de educação socioemocional da SOMOS Educação, Líder em Mim, a escuta empática é uma iniciativa que busca compreender sentimentos e intenções por trás das palavras, valorizando a perspectiva do outro. “Essa ação permite uma compreensão mais profunda das experiências e sentimentos das pessoas, indo além da superfície da comunicação comum”, afirma. Segundo ela, quando educadores e responsáveis praticam essa forma de escuta, ouvindo com atenção, respeito e compreensão genuína, são criados vínculos mais fortes, capazes de transformar a experiência escolar das crianças.

Conexão que transforma

Fabiana explica que a escuta empática é uma abordagem que está alinhada ao Hábito 5: “Procure Primeiro Compreender, Depois Ser Compreendido”, do best-seller o “7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, do autor Stephen R. Covey, que norteia o programa Líder em Mim. Essa prática se diferencia da escuta comum, pois promove a compreensão profunda, a valorização e foco no outro e a presença corporal e emocional.

“Na relação entre escola e família, esses elementos criam pontes, permitindo que os responsáveis se sintam parte do processo educativo e que os professores compreendam melhor o contexto dos alunos”, enfatiza a especialista. De acordo com Fabiana, essa ligação também é essencial para o bem-estar emocional dos alunos, para o fortalecimento de sua autoestima e para o desenvolvimento de competências como empatia, cooperação e autorresponsabilidade.

Práticas simples podem gerar mudanças profundas. Fabiana cita, por exemplo, as reuniões lideradas pelos alunos. Nelas, os próprios estudantes apresentam seus aprendizados e metas aos pais, com base em portfólios construídos ao longo do ano.

Quando a escuta falha, todos perdem

A ausência de escuta empática pode levar a mal-entendidos, quebra de confiança e distanciamento entre a família e a escola, conforme alerta a assessora pedagógica. “As crianças podem sentir-se incompreendidas ou desvalorizadas, potencialmente afetando sua autoestima, desenvolvimento socioemocional, sua capacidade de formar relacionamentos saudáveis e compreender as próprias emoções e as dos outros”, diz Fabiana.

Por isso, a escuta empática precisa ser uma via de mão dupla. Para além da escola, cabe às famílias praticarem com os filhos e com a própria instituição de ensino. Isso inclui presença ativa nas atividades escolares, disponibilidade para conversas sem interrupções e disposição para compreender e não apenas corrigir.

Segundo Fabiana, envolver os responsáveis como parceiros no processo educativo é um dos pilares para consolidar um ambiente de aprendizagem saudável, quando pais e educadores se ouvem genuinamente, os alunos ganham uma rede mais coesa, segura e inspiradora, já que os familiares são os primeiros professores dos nossos alunos.

Sobre o Líder em Mim (https://www.olideremmim.com.br/) – Do Infantil ao Ensino Médio, o Líder em Mim é um programa de educação socioemocional, endossado pelo CASEL e focado em promover, a partir da mudança de paradigma, a mudança comportamental em educadores, crianças e adolescentes, desenvolvendo a autoestima e o autoconhecimento de cada um para que se tornem protagonistas de suas próprias vidas e da transformação da sociedade. Os conteúdos são produzidos em parceria com a marca global FranklinCovey e são fundamentados nas obras, nas pesquisas e nos projetos do Dr. Stephen Covey, autor do best-seller “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”.