4 em cada 10 alunos brasileiros não aprendem o básico, segundo o PISA

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O PISA avalia as habilidades de estudantes de 15 anos nas áreas de leitura, matemática e ciências; Brasil teve desempenho abaixo da média mundial nas três

Por: Mariana Lima

Os resultados da principal avaliação de ensino básico do mundo, o PISA, foram divulgados esta semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A prova foi realizada em 2018 em 79 países, sendo aplicada para 600 mil estudantes na faixa dos 15 anos. O levantamento proposto é feito desde 2000, e se repete a cada 3 anos.

Os estudantes são avaliados em três áreas: leitura, matemática e ciências. O Brasil apresentou uma leve melhora, mas o país se mantém abaixo da média mundial nas três categorias.

De acordo com o PISA, 4 em cada 10 adolescentes no país não são capazes de identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, ou entender um experimento científico simples.

A média dos brasileiros em relação à leitura foi de 413, enquanto a média da OCDE é de 487. Em ciências, os estudantes brasileiros alcançaram 404 pontos, contra a média geral de 489.

Apenas 2% dos jovens brasileiros conseguem distinguir fato de opinião, habilidade considerada complexa pelo PISA. A média mundial é de 10%.

Matemática foi a área com desempenho mais baixo no Brasil, com 384 pontos. Porém houve um aumento em relação a 2015. A média da OCDE é de 489.

Com base no desempenho do país na leitura em 2018, o Brasil ocupa a 57ª posição, entre os países com baixo desempenho, mas está na frente da Argentina, que ocupa a 63ª.

O Brasil não chega ao Nível 2 de leitura (classificação de 1 a 6), em relação ao conhecimento esperado para a idade.

Boa parte dos estudantes brasileiros está no nível 1A (26,7%), ou seja, eles entendem o significado literal de frases ou agens curtas, são capazes de reconhecer o tema principal ou o objetivo do autor, desde que o texto seja sobre um assunto familiar.

Na matemática, a média geral subiu entre 2015 e 2018, indo de 377 para 384. No entanto, no ranking geral entre os países, o Brasil ocupa a 70ª posição, ficando atrás de países como o Peru, Colômbia e Líbano.

Nesta área, apenas 32% dos estudantes chegam ao Nível 2, ainda considerado básico, em diante. Entre os países da OCDE, o índice geral de jovens no nível dois em diante é de 76%.

Em ciências, o país ocupa a 66ª posição, apesar do leve aumento entre 2015 e 2018, indo de 401 para 404 pontos. Somente 1% dos estudantes brasileiros estão nos maiores níveis de desempenho, ou seja, sabem mais do currículo do que se espera para a idade.

Fonte: Estadão