ONG resgata mais de 30 gatos em operação no Aeroporto de Congonhas

Impacto das ONGs
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O trabalho da ONG Confraria dos Miados e Latidos auxiliou no remanejamento de mais de 30 gatos vivendo em área que será demolida, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo

Imagem: Divulgação

Com apoio da ONG Confraria dos Miados e Latidos, companhia aérea remaneja mais de 30 gatos de vida livre antes da demolição em área operacional no Aeroporto de Congonhas. Os animais, que viviam há anos no local e eram alimentados e supervisionados por funcionários da empresa aérea, foram socorridos e terão novo lar, projetado para simular o antigo ambiente dos felinos.

 “Vamos replicar o máximo possível da vida que eles tinham: o a jardins com árvores, nenhuma convivência forçada com outros animais e interação limitada com humanos,” disse a médica veterinária Tatiana Sales, mestranda em Saúde Única e fundadora da Confraria dos Miados e Latidos. 

Em nota, ela também reforçou o compromisso da ONG com a manutenção de laços afetivos entre os animais, sendo este um dos motivos para eles não os separarem e nem os confinarem os gatos em abrigo tradicional.

A organização destacou os desafios do resgate. De acordo com a ONG, muitos felinos possuem comportamento arrisco, evitando contato com humanos. Buscando facilitar esse processo, foram instaladas câmeras de monitoramento com visão noturna. A partir dessas imagens, é possível mapear os trajetos de cada gato e monitorar seus hábitos.

No momento, a maior preocupação é não deixar nenhum gato para trás. “Estamos analisando minuciosamente as imagens das câmeras e as ações de captura continuarão até que todos tenham sido resgatados”, disse Adriana Tschernev, diretora-executiva da organização. 

Como toda essa área da colônia de gatos no Aeroporto de Congonhas deixará de existir, a remoção de todos os animais se torna indispensável, até mesmo dos ariscos. “Remover animais ariscos de colônias que continuam a oferecer recursos e alimentos é um convite para o chamado ‘efeito vácuo’, em que comprovadamente outros animais não castrados tomam o lugar dos que foram recolhidos, gerando um ciclo vicioso sem fim. Mas este caso é uma exceção, pois toda a área das colônias deixará de existir, dando lugar ao novo terminal”, explicou Tatiana.

Trabalho da ONG Confraria dos Miados e Latidos

A ONG Confraria dos Miados e Latidos atua na proteção animal desde 2007, viabilizando a adoção responsável de mais de 5 mil animais e a castração de mais de 16 mil. Ela trabalha focando na castração como um dos pilares fundamentais da Saúde Única (saúde animal-humana-ambiental), no resgate e adoção responsável, além da produção de conteúdos educativos para o público. 

No Brasil, a organização é pioneira na utilização do método CED (Captura, Esterilização e Devolução). Essa prática é muito comum em países como Estados Unidos e Reino Unido, sendo considerada uma forma humanitária e eficiente de realizar controle populacional de gatos em ambientes urbanos.