Prêmio Pritzker, o ‘Nobel da arquitetura’, tem primeiro vencedor negro

Compartilhar

Nascido em Burquina Faso, no continente africano, Diébédo Francis Kéré é o primeiro homem negro a ganhar o Prêmio Pritzker, considerado o ‘Nobel da arquitetura’. Arquiteto é conhecido por construir escolas confortáveis em países da África

Imagem de divulgação Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022

Por Juliana Lima

O prêmio Pritzker, a mais alta distinção do mundo da arquitetura, sendo o equivalente ao ‘Nobel’, anunciou o vencedor de 2022: Diébédo Francis Kéré, o primeiro homem negro a ganhar a premiação.

Kéré tem dupla cidadania, de Burquina Faso e da Alemanha, e é conhecido por construir escolas, centros de saúde, habitações, edifícios e espaços públicos em muitos países da África, entre eles Benin, Burquina Faso, Mali, Togo, Quênia, Moçambique e Sudão.

O arquiteto de 56 anos nasceu em Gando, em Burquina Faso, e foi o primeiro da família a frequentar a escola, em salas sem ventilação ou iluminação adequada. Foi assim que ou a defender o direito das crianças a estudar em salas de aula confortáveis. Em 2001, inaugurou seu primeiro edifício, uma escola secundária na sua cidade natal, erguida com a ajuda dos moradores da aldeia.

Escola Schorge, em Burquina Faso, para alunos entre 12 e 18 anos | Foto: Francis Kéré/ AP

Ao fazer o anúncio da premiação no dia 15 de março, Tom Pritzker, presidente da Hyatt Foundation, que patrocina o evento, disse que Kéré tem desenhos “pioneiros” que são “sustentáveis para a Terra e para seus habitantes em terrenos de extrema escassez”.

“É tanto um arquiteto como um servidor, pois melhora a vida e as experiências de inúmeros cidadãos em uma região do mundo, às vezes, esquecida”, acrescentou Pritzker.

Os elogios continuaram: “[Kéré] empodera e transforma as comunidades por meio da arquitetura, [desenhando edifícios] onde os recursos são frágeis e a colaboração é vital”.

“Por meio do seu compromisso com a justiça social e o uso inteligente de materiais locais para conectar-se e responder ao clima natural, trabalha em países marginalizados cheios de limitações e adversidades, onde a arquitetura e a infraestrutura estão ausentes”, disseram os organizadores.

Em 2017, Kéré se consagrou como o primeiro arquiteto africano a desenhar um temporário no Hyde Park de Londres, uma prestigiosa tarefa que um arquiteto de fama mundial assina a cada ano. Ele também já realizou exposições individuais nos museus de Munique e Filadélfia e foi um dos arquitetos a trabalharem no Museu Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho de Genebra.

Fonte: G1